terça-feira, 5 de outubro de 2010

Histórico do mergulho

Fica difícil determinar, com exatidão, o momento da história da humanidade em que o homem realizou suas primeiras experiências subaquáticas. Existem motivos que justifiquem a tendência do homem, de forma instintiva, a procurar através do século, a conquista do imenso mundo das águas marinhas. Talvez tenha relação com as modernas opiniões sobre as origens da vida em nosso planeta, segundo as quais o homem é portador de uma herança recebida de anteriores e remota formas de vida marinha, o que conduziria à inconsciente busca ou retorno ao ambiente ao qual procede. Desde a antiguidade o homem depende da água para alimentação, transporte e defesa contra seus inimigos. O mergulho nasceu provavelmente a cerca de 30.000 anos, quando pela primeira vez um homem nadando viu um objeto no fundo, prendeu a respiração e desceu para tentar vê-lo melhor, sem utilizar nenhum tipo de equipamento.Há alguns  fatos sobre pessoas que começaram a fazer mergulho como:
      · Heródoto narrou o trabalho de recuperação de  tesouros de navios naufragados para o rei persa Xerxes no século 5 AC;
  • Alexandre o Grande mergulhava em uma câmara submersíel para observar a vida marinha e utilizava mergulhadores em suas ações militares;
  • Gregos mergulharam no porto de Siracusa para remover obstruções e cortar cabos de âncoras de navios inimigos durante a conquista da cidade;
  • Marco Polo descreveu como Kublai Khan presenteava seus seguidores no Oriente distante com pérolas coletadas por mergulhadores e As primeiras referências às Amas do Japão que até hoje trabalham no cultivo de pérolas data do século I AC.
  • O padre italiano Giovanni Alfonso Borelli foi o primeiro homem a mergulhar com segurança e conforto em 1679;

Como os compressores de ar ainda não haviam sido inventados, os mergulhos desta época eram feitos em apnéia ou utilizando sistemas primitivos para o fornecimento de ar através de sacos, baldes e mangueiras. Pedras amarradas em uma corda serviam de lastro e podiam ser abandonadas no fundo para facilitar a subida. Os melhores mergulhadores podiam permanecer por mais de um minuto debaixo d´água e atingiam profundidades de até 30m.
Primeira roupa de pressão atmosférica criado em 1715 por John Lethbridge. 


Primeiro equipamento de mergulho autônomo criado na França por volta de 1872.


Foi na mesma época que surgiram os primeiros trabalhos científicos sobre a descompressão. O fisiologista Paul Bert passou anos estudando os efeitos das altas e baixas pressões em animais e pode ser considerado o pai da medicina hiperbárica. Com os novos equipamentos, contando com a ajuda de compressores de ar mais potentes e começando a entender os efeitos das pressão no corpo humano, o homem estava pronto para realmente começar a explorar o fundo do mar



Tipos de mergulho

Há dois tipos de mergulho: O livre e o autônomo. 


No mergulho autônomo são necessários preparação e equipamentos especiais, já que deixa a superfície e nos permite permanecer bastante tempo debaixo d`água em grandes profundidades. O equipamento mínimo necessário é: um cilindro com ar comprimido (reservatório de ar para o mergulhador), um regulador (equipamento que regula a saída de ar para que o mergulhador respire sem esforço, independente da profundidade em que se encontra), um relógio de mergulho para controlar o tempo de permanência, um profundímetro para controlar a profundidade, um manômetro para controlar quanto de ar ainda resta no cilindro e um colete equilibrador, que proporciona o controle da flutuabilidade durante o mergulho, prende o cilindro junto ao corpo do mergulhador e dá flutuabilidade na superfície. Existem os mergulhos autônomo de mar/naufrágios, autônomo noturno, autônomo profundo avançado, autônomo de grutas marinhas e autônomo de altitude. A partir dos doze anos é recomendado o mergulho autônomo.


O mergulho livre ou em apnéia é o nome que se da quando o esportista conta apenas com uma mascara, um respirador e um par de nadadeiras. Quando está no fundo depende exclusivamente de sua força física, fôlego e controle emocional. Os mergulhadores mais experientes ficam em media um minuto e meio no fundo do mar. Chegam a atingir profundidades de vinte a trinta metros e geralmente praticam caçasubmarina.

Equipamentos necessários para um mergulho seguro

Existem vários tipos de equipamentos, para cada tipo de mergulho existe um equipamento. Relaciona-se aqui os equipamentos mais utilizados para o esporte subaquático. Dependendo da especialidade e experiência do mergulhador, há outros equipamentos e acessórios.

O trio básico, usado para mergulho livre, é a nadadeira, snorkel e máscara.








Nadadeiras: Aumenta a propulsão durante a natação, permitindo que o mergulhador nada distâncias mais longas. São geralmente borrachas, poliuretano ou termoplástico.
 


Snorkel: É um tubo preso à alça da máscara, que permite respirar sem levantar a cabeça permitindo ao mergulhador observar melhor o que há no fundo do mar.

Máscara: A máscara de mergulho dá uma visão nítida do fundo do mar porque os raios de luz não podem ser focados sem a presença de uma camada de ar antes dos olhos, permitida pela máscara. Outro efeito curioso da visão no mar é o aumento e a aproximação aparente dos objetos em proporção cerca de 25% maior que a realidade. Desse modo, se um mergulhador contar que viu um peixe de um metro, deve-se entender algo em torno de 75 centímetros.

Roupas: As roupas isolantes evitam a perda do calor do corpo e protegem a pele contra queimaduras de corais, animais venenosos ou cortes de pedras. Geralmente, são feitas de neoprene, um tipo de borracha que contem milhares de minúsculas bolhas em seu interior. Graças a essa característica, uma roupa de neoprene não deixa circular água entre a roupa e o corpo. Mesmo molhada, ela aquece com o próprio calor do corpo, mantendo certo isolamento térmico em relação ao ambiente.

Acessórios em neoprene: Capuz, luvas, botas e meias também fazem parte do visual equipamento do mergulhador, principalmente se ele mergulhar em grandes profundidades, onde é mais frio. É nas extremidades que o homem perde mais calor (cabeça, pés e mãos). Um capuz simples de neoprene incorporou ou não à roupa, é uma boa solução. Já as meias mantêm os pés aquecidos e ajudam a prevenir o aparecimento de bolhas devido ao atrito da nadadeira. As luvas protegem as mãos de eventuais contatos.


Cilindro: Geralmente de ar comprimido filtrado, a chamada garrafa é o suprimento do mergulhador autônomo. O material mais comum encontrado é o alumínio. Para mergulhadores que possuem cursos de misturas de gases, para maior permanência sub, o peso do cilindro e sua pressão variam.


Colete equilibrador: É o equipamento que reúne os outros instrumentos do mergulhador e tem como principal função compensar a flutuabilidade do indivíduo. Ele tem entradas e saídas para as mangueiras do regulador e octopus (suporte para o cilindro), além de bolsos e anéis para guardar e prender acessórios (pranchetas, lanternas reservas, apito, etc.). Funciona com o ar injetado dentro dele, sendo controlado através da válvula de escape.

Regulador: Simplificando, é um conjunto de mangueira com primeiro e segundo estágios, que controla o ar que o mergulhador respira e supre de ar o colete. O primeiro estágio (conectado a torneira do cilindro) recebe o ar em alta pressão, reduzindo à metade essa pressão. O segundo estágio (que vai à boca) transforma a pressão intermediária para ambiente.



Há outros equipamentos que são indispensáveis para a prática do mergulho como a lanternas, facas, cinto de lastro, instrumentos de tempo para controlar seu suprimento de ar, instrumento de navegação como a bússola para orientar o mergulhador, planejar seu mergulho e para retornar corretamente ao barco. É também muito importante em casos de pouca visibilidade e no mergulho noturno.
Atualmente contamos também com o computador, os computadores vieram, como não podia deixar de ser, para facilitar a vida dos mergulhadores. Eles, porém, não substituem a indispensável perícia que cada mergulhador terá de ter para planejar e monitorar todas as fases de seu mergulho. Os parâmetros tempo, profundidade e disponibilidade de ar, anos atrás eram monitoradas por instrumentos separados. Eram eles, respectivamente, o relógio, o profundímetro e o manômetro. Hoje em dia, esses parâmetros podem ser medidos (e mostrados instantaneamente) por um único instrumento: o computador.
É importante lembrar que todo equipamento deve ser conservado e mantido em boas condições e sempre deve ser verificado antes de cada mergulho. A manutenção deve ser feita por profissionais e de acordo com as recomendações do fabricante.






segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Riscos ao mergulhar em grandes profundidades

Você deve saber que toda atividade que você pratica há riscos nela inserida. O mergulho é uma atividade que que expõem os mergulhadores a uma série de fatores pelo fato do ambiente explorado e que podem trazer sérios riscos à saúde que podem levar até a morte. As mais conhecida são:
  • Embolia gasosa: Este é o mais perigoso acidente de mergulho. o mergulhador nunca deve prender a respiração enquanto sobe a superfície pelo fato do volume de ar respirado debaixo da água se expande em proporção direta com a redução da pressão externa, à média que o mergulhador retoma à superfície. Os gases, conforme o mergulhador sobre, se expandem dentro do corpo, pela diminuição de pressão e podem ate estourar os pulmões.
  • Pneumotorax: Colapso pulmonar: Com freqüência, quando o tecido pulmonar sofre ruptura e o ar é forçado através dos alvéolos, esse ar migra lateralmente e rompe o saco pleural que recobre os pulmões. Isso causa a formação de uma bolsa de ar na cavidade torácica, por fora dos pulmões, en tre a parede torácica e o tecido pulmonar. A expansão contínua desse ar aprisionado durante a ascensão acarreta o colapso do pulmão que sofreu ruptura, e o coração e outros órgãos são afastados de suas posições normais. O tratamento para essa condi­ção de pneumotórax costuma exigir uma intervenção cirúrgi­ca, na qual se utiliza uma seringa para "extrair" a bolha de ar. Para eliminar o perigo de embolia gasosa e pneumotórax. todos os mergulhadores devem ser instruídos para subirem len­tamente e respirarem normalmente quando estiverem usando um equipamento scuba. É imperativo que os pulmões do mergulha­dor não apresentem qualquer doença que possa resultar em apri­sionamento do ar (por ex., doença pulmonar obstrutiva crônica) e que possa dificultar a equalização entre pressão alvëolar e pres­são externa durante a ascensão.
  • Aerotite: Compressão do ouvido medio: Outro problema importante enfrentado amiúde pelo mergulha­dor consiste em igualar o espaço aéreo dentro das trompas de Eustáquio, que são as passagens que ligam o ouvido médio com _a parte posterior da garganta.' Essas passagens revestidas por muco são relativamente estreitas e, em geral, dificultam o fluxo de ar.  No mergulho tanto livre quanto com scuba (assim como nas viagens aéreas em aeronaves sem pressurização), a pressão no ouvido médio em geral pode ser igualada à pressão externa soprando com delicadeza contra as narinas fechadas. Deglutir, bocejar ou movimentar as maxilas de um lado para o outro também ajuda a "desentupir" os ouvidos. A maior dificuldade costuma ser enfrentada para igualar a pressão do ouvido médio durante a descida, pois uma mudança na pressão exercida contra a superfície externa do tímpano não é neutrali­zada prontamente por uma força igual proveniente do interior. No mergulho, a magnitude das modificações da pressão é_considerável, em comparação com aquelas experimentadas nas via­gens aéreas. O mergulhador pode sentir dor intensa com apenas poucos centímetros (pés) de profundidade, pois o tímpano é distendido e empurrado internamente, na direção do canal entupi­do. Se houver um desequilíbrio adicional na pressão, o vácuo relativo do ouvido médio produz hemorragia nos tecidos. Quan­do as trompas de Eustáquio estão totalmente bloqueadas, os tím­panos sofrem ruptura e a água penetra bruscamente no ouvido médio, onde vigora uma pressão consideravelmente mais baixa.
  • Narcose induzida pelo nitrogenio: Extase nas profundezas: Durante o mergulho, a pressão total do gás respirado aumenta em proporção direta com a profundidade do mergulho. Portanto, para cada profun­didade sucessiva existe um gradiente para o fluxo global de ni­trogénio através da membrana alveolar para dentro do sangue e, finalmente, para dentro dos líquidos teciduais para instalar-se um equilíbrio. Por exemplo, aos 20 m todos os tecidos aca­barão contendo cerca de três vezes mais nitrogénio que antes do mergulho.Um aumento na pressão e na quantidade de nitrogénio dis­solvido causa reações físicas e mentais caracterizadas por um estado geral de euforia semelhante à intoxicação alcoólica, que recebeu a designação de "Extase nas profundezas" ou "embriaguez das profundidades" é um tipo de euforia que pode chegar à loucura (Enxergar até sereias). Os primeiros sintomas da narcose acontecem à partir dos 30 metros de profundidade e dependendo a duração do mergulho. O tratamento da narcose induzida pelo nitrogênio requer simplesmente que o mergulhador suba para uma menor profundidade—a recuperação costuma ser imedia­ta e completa.
  • Doença descompressiva: Quando mergulhamos usando um equipamento que nos permita respirar debaixo d’água (SCUBA), os gases que respiramos e que não participam da respiração propriamente, conhecidos como gases inertes, passam a se dissolver de maneira intensa em todos os tecidos do nosso corpo. Destes gases, o mais conhecido e comum é o nitrogênio (N2). Assim, dependendo do tempo e da profundidade atingida, o N2 pode se acumular de maneira intensa em nosso organismo, requerendo procedimentos adequados na subida à superfície (descompressão) afim de que o excesso deste gás possa ser eliminado através da respiração. Caso isto não ocorra, pode ocorrer a formação de bolhas deste gás nos mais diversos locais do corpo, levando ao surgimento da chamada Doença Descompressiva (DD). A DD apresenta-se de maneira bastante diversificada, dependendo dos locais onde as bolhas estão se formando e em que intensidade isto está ocorrendo. Normalmente os primeiros sinais ou sintomas da doença surgem de três a seis horas após o final do mergulho, mas podem ocorrer tanto ainda dentro d’água como até mais de 12 horas após o término da imersão. Classicamente, dizemos que a DD pode se apresentar sob duas formas. Inicialmente numa forma moderada, caracterizada por dores articulares cada vez mais intensas, principalmente em cotovelos, ombros e joelhos, assim como podem aparecer também coceira e vermelhidão na pele. Por outro lado, temos a forma grave da DD, que se apresenta com sinais e sintomas de alterações neurológicas (vertigens, alterações da visão, dificuldade para movimentar as pernas, retenção urinária) e/ou do sistema circulatório (queda importante da pressão arterial, por exemplo). Entretanto, convém lembrar que esta divisão é apenas uma tentativa de se entender a DD e que mesmo nos casos mais graves pode-se apenas observar uma fadiga anormal logo após o mergulho. Se apesar de todos os cuidados, houver sintomas da DD, o tratamento deve ser administrado o mais rapidamente possível. A DD pode ocorrer com várias intensidades, de acordo com o volume de nitrogênio e o tecido atingido. Os sintomas podem informar o grau do problema; no entanto o tratamento emergencial até a chegada da câmara deve ser o mesmo para todos os casos. O acidentado deve ser conduzido a uma câmara hiperbárica. A recompressão dentro d`água não deve ser tentada, pois para uma descompressão terapêutica são necessários apoio de tabelas especiais; o socorro na água pode piorar as condições do acidentado, perdendo-se valioso tempo para o tratamento. O transporte deve ser ao nível do mar; as variações de altitude, devido à dilatação das bolhas, agravam o caso.  Se a evacuação for por helicóptero, deve-se recomendar ao piloto voar o mais baixo possível mantendo as condições físicas da vítima da melhor forma possível, de acordo com os procedimentos de primeiros socorros. É importante lembrar que junto com o acidentado, deve seguir seu parceiro, já que ele também poderá vir a ter um problema descompressivo; além disso, o companheiro é a pessoa mais indicada para relatar os acontecimentos.

Dicas básicas para um mergulho seguro

  • Procure um lugar compatível com o seu nível físico e técnico e adequado às suas despesas;
  • Não leve apenas mapas rodoviários. Leve um mapa detalhado da topografia local, o mais atualizado possível;
  • Plastifique esse mapa;
  • Escolha com rigor os guias, tanto das agências de turismo quanto os moradores locais;
  • Verifique locais de suporte importante, como oficinas mecânicas, borracheiros, postos de combustível (e qualidade do mesmo), pequenos hospitais e farmácias, corrente elétrica, etc;
  • Procure saber se no local há sinal para telefonia celular ou pelo menos telefones de fácil acesso;
  • Verifique se há ajuda especializada numa emergência médica;
  • As informações de guias podem eventualmente ser tendenciosas. Informe-se sempre que possível com amigos que já estiveram no local;
  • Vá com um bom carro, de preferência 4x4 e com opção de marchas reduzidas de alto torque;
  • Não esqueça: principalmente a parte elétrica, mecânica e pneus (e estepe) devem estar em ordem;
  • Não esqueça chaves de reserva, cópias dos documentos do veículo e da seguradora do mesmo;Procure levar uma boa bússola e, se possível, um GPS (e saiba usá-lo);
  • Procure conhecer o clima, topografia, animais característicos da região e a presença principalmente de doenças tropicais ou endêmicas peculiares do local. Dependendo dessas doenças, pode ser necessário você tomar vacinas;
  • Manter a vacinação contra Tétano em dia. A vacina pode ser tomada em Postos de Saúde ou clínicas particulares de imunização. Ela é muito importante, pois protege você dessa doença gravíssima, que pode surgir mesmo com ferimentos leves (mesmo sem ferrugem, o que é um mito);
  • Evite tomar qualquer vacina poucos dias antes da viagem, pelo risco de febre e outros efeitos colaterais. Faça - o bem antes de viajar;
  • Evite contato com água parada, como algumas lagoas e poças. Esse tipo de água pode transmitir doenças graves. Se molhar seus calçados, meias ou roupas com essa água, procure se lavar e se trocar, logo que puder.
Após todas essas dicas, é só separar os equipamento, reunir a turma, escolher um bom lugar e BOA VIAGEM!!!!!